Conhecendo mais da paisagem urbana

O trabalho, dissertação defendida em 2013 na Universidade Federal de Florianópolis/Programa de Pós-Graduação em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade, aborda sobre arquitetura, paisagem cultural urbana, políticas preservacionistas e legislação local de Joinville. Pelo viés da multiculturalidade étnica, dos processos migratórios e ciclos econômicos, apresenta o patrimônio cultural edificado e a paisagem cultural de Joinville de 1851 aos tempos atuais.

O objetivo norteador deste estudo é provocar uma discussão focada na importância do legado dos históricos eixos estruturais de desenvolvimento e da paisagem como prática para a salvaguarda do patrimônio edificado. Igualmente entende-se a relevância e necessidade deste trabalho à educação patrimonial no sentido de disseminar o conhecimento a ser apreendido e contemplado enquanto herança coletiva. Devendo esta integrar o saber dos atores sociais acerca da preservação por intermédio de informações existentes sobre uma cultura patrimonial inserida na sociedade joinvilense.

Título:

DOS PROCESSOS MIGRATÓRIOS E CICLOS ECONÔMICOS À PRESERVAÇÃO DA PAISAGEM URBANA: MULTICULTURALIDADE NO MUNICÍPIO DE JOINVILLE-SC

Resumo:Eixos estruturais de desenvolvimento_2

Este trabalho trata da riqueza do patrimônio cultural edificado, materializado na paisagem urbana do município de Joinville. Legado que resulta do processo migratório das várias etnias assentadas e dos ciclos econômicos que passaram a constituir a arquitetura formadora da paisagem de maneira multicultural, resultando em representativa herança patrimonial. Apresenta-se um amplo levantamento histórico das paisagens a partir do século XIX, resultantes dos importantes ciclos da madeira, cal e principalmente da erva-mate, os quais foram indutores do crescimento da cidade. Foram analisadas quatro ruas: área central – marco zero; ao norte; e sul, ao que se intitulou de eixos estruturais de desenvolvimento. Não foram omitidos, no entanto, os processos anteriores de ocupação: a dos sambaquianos e, depois deles, a dos caboclos – estabelecidos aproximadamente no século XVII – bem como a dos luso-brasileiros e afro-brasileiros, no início do século XIX. Estes últimos vieram subsequentemente a dividir a ocupação do território com os teutos, a partir de contrato comercial firmado em 1849, viabilizando o processo de colonização do Município a partir de 1851. Apresentou-se a partir de então o histórico do processo de colonização do século XIX e da paisagem que foi sendo constituída. O estudo seguiu uma abordagem histórica evolutiva, preservacionista e educativa – nos referidos eixos – até o século atual, atestando permanências do legado patrimonial, bem como das perdas ao longo dos tempos e na hodiernidade. Examinou-se ainda, sob o olhar das políticas preservacionistas de âmbito mundial e nacional, a gestão do patrimônio local diante de fatos, tais como: perdas, abandonos, descaracterizações e comprometimentos do entorno aos bens tombados, ações de tombamentos isolados e outros casos de bens ignorados na paisagem atual. Foi constatada também, ao avaliar as diretrizes do Plano Diretor, a ambiguidade presente nas leis complementares – Lei de Uso e Ocupação do Solo e Lei de Estruturação Territorial. Denotou-se como, de maneira adversa, estas se encontram na contramão da preservação, sob o risco de destituição ou ocultamento da riqueza patrimonial constituída ao longo da histórica paisagem local.

Para aprofundamento e conhecimento da história construída, segue o link: http://tede.ufsc.br/teses/PGAU0073-D.pdf