A Autora

 

recortada_MG_1425-retouch

Em meados da década de 1980 ocorreu aproximação com a cidade de Joinville, quando estudante de graduação em arquitetura e urbanismo. Interessada na história edificada,
o ímpeto moveu a fotografar as edificações urbana e rural. O relacionamento com a realidade patrimonial permitiu vivenciar parte da história da paisagem constituída.

Entretanto, em curto espaço de tempo, deparou-se com a realidade de que o acervo pessoal iconográfico urbano, registrado na década de 1980, passou a se constituir em material não mais vivo, e sim morto pelas consecutivas demolições e substituições, transformando as lacunas já existentes em significativas ausências na paisagem. Perdas estas ocorridas em meados da década de 1980, 1990 e em 2000. Apesar de ocorrer de maneira incongruente, a preservação patrimonial começava a ser discutida em âmbito estadual na década de 1980, passando a ser motivo de preocupação e inquietude. Matérias na mídia escrita deflagravam parte das ocorrências de 2008 a 2011 e outras questões correlatas em 2013 e 2014.

Partindo-se à intenção maior de trazer contribuição para a salvaguarda e visibilidade dos símbolos que ainda se mantinham na paisagem, em um primeiro momento, trabalhou-se a divulgação para a preservação do patrimônio cultural com um intuito a que se denominou ‘conhecer para reconhecer’ os bens culturais. Houve ainda uma proposta de atividade econômica a fim de que se pudesse dar suporte financeiro à preservação atrelada ao turismo. Estas foram alternativas de contribuição às práticas preservacionistas ao Município com o trabalho: Preservação e Turismo em Joinville – o Patrimônio Cultural como paradigma da Sustentabilidade, UnB 2009. Apresentado em 2010 no 1° Colóquio Ibero-Americano Paisagem Cultural, Patrimônio e Projeto, em Belo Horizonte e também parte do livro da Universidade de Brasília: Olhares da Reabilitação Ambiental Sustentável – Produtos das edições do Curso de Especialização Reabilita, em 2012.[1] Deste citado trabalho monográfico, uma das propostas proativas foi efetivada sendo lançado o Roteiro Turístico Arquitetônico e Cultural Cidade de Joinville 2010/2011, mapeando e divulgando os patrimônios edificados urbano e referência aos da área rural. Em um terceiro momento, o resultado da materialização do material foi desenvolvido sob o foco da importância da educação patrimonial na sustentação do patrimônio cultural, levando ao reconhecimento, à valorização e à apropriação da herança cultural com apresentação de trabalho: Conhecer para Reconhecer – Resgate da Cultura Patrimonial Edificada – experiência em processo no Município de Joinville/SC, no 3° Fórum Mestres e Conselheiros – 1° Simpósio Municipalização do Patrimônio e o desafio da Educação Patrimonial. Belo Horizonte, 2011.[2]

Tendo como pressupostos, no entanto, uma investigação mais aprofundada sobre o tema e avançando no conhecimento por intermédio das inúmeras pesquisas, alavancaram o trabalho dissertativo: Dos Processos Migratórios e Ciclos Econômicos à Preservação da Paisagem Urbana – Multiculturalidade no Município de Joinville-SC, em 2013. Comunga-se, pois, com o ressentimento em função das perdas ocorridas na paisagem edificada, refletida no sentimento dos cidadãos que auxiliaram à reconstrução mental dos fragmentos do passado e acompanharam mais da metade da história local. Sendo reafirmada a preocupação e inquietude, fazendo um alerta e trazendo contribuições em torno do desejo de permanência e valorização de uma bela, rica e diversificada história que moldou em um pedaço de território etnias de ecletismo cultural, econômico, político e social; somando à riqueza multicultural, os símbolos e a linguagem no contexto do espaço urbano onde os patrimônios estão inseridos nos eixos estruturais de desenvolvimento econômico e social.

A preocupação com o patrimônio edificado e a paisagem cultural da área rural culminou no mesmo ano de 2013 com o trabalho apresentado no 14° Encontro de Geógrafos da América Latina – Peru, intitulado: Turismo e Preservação da Paisagem Rural em Joinville/SC/Brasil.[3]

Depois de concluída a dissertação em 2013, no seguinte ano, inquieta com o patrimônio rural, sob o risco de desaparecimento pelo abandono de investimentos e por outras forças de ocupação deste território, teve-se como desafio documentar a área rural, sendo lançado em outubro de 2015 o livro: Cantos E(n) Cantos – Vivendo a área rural – Roteiro Turístico, Arquitetônico e Cultural Cidade de Joinville.

Mentora e participante do grupo “Amigos da Memória – Resgatando a História de Joinville” iniciado em julho de 2014.

Este blog reúne a somatória de estudos, críticas e contribuições em prol da preservação da paisagem cultural – urbana e rural de Joinville.


 

1 MARTINS, Rosana Barreto e MEDEIROS, Elisabete de Almeida.
Preservação e Turismo em Joinville: o Patrimônio Cultural como 
paradigma da Sustentabilidade. In: Olhares da Reabilitação Ambiental 
Sustentável, Produtos do Curso de Especialização Reabilita. 
Marta Adriana Romero e Caio Frederico da Silva (Org.).
Universidade de Brasília, Brasília, 2012 - 1ª ed.
2 MARTINS, Rosana Barreto e PIMENTA, Margareth Afeche. Conhecer 
para Reconhecer – Resgate da Cultura Patrimonial Edificada: 
experiência em processo no Município de Joinville/SC. 3° Fórum 
Mestres e Conselheiros – 1° Simpósio Municipalização do Patrimônio 
e o desafio da Educação Patrimonial. Belo Horizonte, 2011.
3 MARTINS, Rosana Barreto e PIMENTA, Margareth Afeche. Turismo e 
Paisagem Rural em Joinville/SC/Brasil. XIV Encontro de Geógrafos 
da América Latina. Lima, Peru, abr. 2013.